A Solidão
Para ouvir: http://www.esnips.com/doc/a93d5448-94da-4260-b0ba-b66d12cef1cf/Solidão—Alceu-Valença
Solidão – Alceu Valença
A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
A solidão é fera,
É amiga das horas,
É prima-irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos
Causando um descompasso no meu coração.
A solidão dos astros;
A solidão da lua;
A solidão da noite;
A solidão da rua.
A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
A solidão é fera,
É amiga das horas,
É prima-irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos
Causando um descompasso no meu coração.
A solidão dos astros;
A solidão da lua;
A solidão da noite;
A solidão da rua.
Essa música é muita bonita e me faz lembrar que muita gente tem medo da solidão, assim como muita gente tem medo da morte. Mas analisando um pouco mais profundamente, nascemos sozinhos e morreremos sós também. Ainda que nesta vida acumulemos muitas amizades, que compartilhemos a vida com uma companheiro(a), ainda sim podemos dizer viemos e também nos vamos só.
Há um filme que me tocou bastante sobre isso, que é uma adaptação do livro romanaceado por Richard Bach chamado Fernão Capelo Gaivota (Jonathan Livingston Seagull). No filme há este tipo reflexão, sobre a solitude, sobre o caminho na vida. Quando quiser ir ao encontro de si não há como ir acompanhado. Quando damos o mergulho dentro d’alma, fazemos dentro do vazio e ao mesmo tempo dentro do pleno do nosso ser.
Quando conhecemos nossa Essência e vamos construindo nossa Inteireza, mais fácil vai também vai ficando desapegar do mundo material. E mais compreensivos nos tornarmos acerca de caminhos que percorreremos, assim como decisões que serão escolhidas por nós.
Há uma música do Geraldo Azevedo, chamada Grande Mãe (para ouvir clicar AQUI no link), que eu não conseguia coomprender. Isso ocorria porque existe um trecho na música, em que ele pede à Grande Mãe que ore e desate os nossos nós, e pede para que ela nos torne invendáveis, como também inofensivos e pacíficos, terminando por pedir para que ela nos deixe eternamente sós.
É um pedido ousado, assim como arriscar-se a estar consigo mesmo. Só depois de algum tempo pude compreender esta súplica. Não é a solidão no significado grosseiro que ele está pedidndo, e sim a que representa o estado meditativo e pleno da alma em solitude e ao mesmo tempo em comunhão com o Todo.
O Encontro de Si e A Morte
Somos apegados e nos identificamos muito com o nosso corpo, com a nossa matéria. E só no silêncio e no vazio, estando só e com o todo que vivemos experiências que transcendem o plano do tátil e vamos nos desembaraçando dos enlaços da matéria.
Assim como ocorre com a carne, também nos identificamos com o tempo e com o espaço e por isso é tão fácil a explicação da imensa tristeza de um dia como Finados, que foi ontem. Limitamos nossa existência àquilo que nossa mente acostumou a dizer que é real e a partida de um ente querido parece ser uma morte e uma separação longa e até definitiva. Mas o que não nasceu não pode morrer, pois aquilo que nasce também vai morrer. Em outras palavras, o corpo é aquele que nasce não o espírito – este que não pode nascer, tampouco poderá morrer.
Mas sem despertar para aquilo que é infidável e intocável, estaremos muito ligados ao que é perecível.
Krishna, na cultura védica, diz sabiamente no Bhagavad Gita, o seguinte:
“Os sábios não lamentam nem os vivos nem os mortos. Nunca houve nenhum tempo em que Eu fosse inexistente, nem haverá futuro em que não existiremos. Como a alma que se encarna passa sucessivamente no mesmo corpo, da infância à juventude e à velhice, igualmente, após a morte, ela toma um novo corpo. E os sábios não se perturbam com essa transmigração. Quem pensa que o ser vivente pode matar ou morrer não entende a realidade, mas quem tem conhecimento sabe que o Ente não mata e que não pode ser morto. Nem nascimento nem morte pode acontecer ao Eu. Ele existe eternamente, transcendental ao devir. Por isso o Eu continua quando este corpo perece.”
Esse trecho é o capítulo 2 do Baghavad Gita. Gilberto Gil musicou o restante do trecho acima. Para ler todo o capítulo, clique aqui neste link.
A música se chama Eternidade da Alma e para ouvi-lá há o link abaixo. Segue a letra abaixo também:
Para ouvir: http://www.esnips.com/doc/e50c7118-79aa-424b-9403-32f105d0c316/04-A-Eternidade-Da-Alma-(Gilberto-Gil)
A Eternidade da Alma
“Aquilo que pelo corpo se espalha, dando-lhe vida, é de natureza eterna. Ninguém pode destruir a nossa alma imperecível.
Só o corpo material certamente morrerá, mas a entidade viva é eterna, sem dimensão e também indestrutível. Lute, pois, com convicção, ó descendente de Bhárata.
Ninguém pode ferir a alma com nenhuma espécie de arma; não há fogo que a queime; a água não pode molhá-la nem pode o vento secá-la.
A quem nasce a morte é certa; quem morre tem que nascer; por isso, no inevitável cumprimento do dever, não há por que lamentar.
Não lamente pelo corpo não, Ó descendente de Bhárata!”
Hoje estive arrumando minhas coisas em minha casa, pois se escrevo algo aqui, tenho um compromisso de pelo menos tentar fazer o que aconselho. E arrumando, coisinha por coisinha, pude após o dia de ontem, colher material para escrever o post de hoje. Então percebi como tem feito bem ao meu próprio desenvolvimento poder compartilhar nesse site! Grata à todos que entram aqui. Espero que como a Gaivota, do livro do Richard Bach, estejam todos buscando este mergulho dentro da própria alma e procurando algo além da comida fácil do porto, procurando voar, voar longe e para dentro de si.
Abraços,
Cristina Rafaela.
* VALE A PENA VER DE NOVO: sugiro à todos que voltem a ler este post abaixo, nas palavras de Lázaro Freire, em virtude do tema que refletimos hoje e também do Dia de Finados. http://espiritualista.concurseiros.org/?p=92
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